sábado, 20 de março de 2010

~*Arriscar

Eu tenho medo. Eu sou indecisa. Eu tenho um medo absurdo de tomar decisões erradas, de olhar pra trás e ver que tudo poderia ter sido dieferente. Que tudo poderia ter sido melhor. A idéia de arrependimento me assusta não por medo de não poder consertar a eventual merda besteira que eu fiz, mas sim no tempo gasto com tudo isso. Cada um dos minutos que eu nunca vou poder viver novamente.

É por isso que eu tomo cuidado com tudo o que eu faço. Com cada uma das minhas decisões. Porque eu já me arrependi e essa é uma das piores situações pelas quais já passei. E eu não quero isso de novo. Eu tomo cuidado, eu penso, evito, adio, repenso, adio novamente para tentar tomar a decisão certa... e as vezes tomar a errada. Eu penso tanto que, as vezes, no ultimo minuto, mesmo sabendo o certo, acabo fazendo o errado por impulso. Eu tive medo que isso acontecesse naquele momento. Que fosse algo do qual eu ia me arrepender depois. Porque é fato que eu já tinha tomado a minha decisão, e que esta era exatamente o oposto ao que aconteceu. No instante final eu deixei a emoção falar mais alto de novo. E eu nunca fiquei tão feliz por isso.

Quando paro pra pensar eu tenho medo do que aconteceria se eu tivesse seguido a frieza da minha decisão racional naquele momento. E eu tenho certeza de que eu não estaria tão bem quanto agora. Eu nunca acreditei naquele papo de "se arrepender do que não fez" mas algo fez mudar essa visão. A pensar desesperada em tudo o que eu poderia ter perdido, todos os bons momentos - momentos maravilhosos -, que eu deixaria de viver caso tivesse tomado a decisão que, hoje eu vejo, era amargamente errada, mas que até então eu achava ser correta. Essa minha mudança de conceito, depois de todo o meu ponderar, me faz enchergar que é impossível prever o que é certo e errado, impossível prever o dia seguinte. Me faz ver que temos sim que arriscar. E que com isso vamos sim quebrar a cara algumas centenas de vezes, mas que vamos acertar perfeitamente algumas outras, e que estas ultimas serão maravilhosas o suficiente pra nos fazer esquecer de todos os outros fracassos. E é por isso que eu queria agradecer a Deus, ao acaso, à vida, por ter decidido arriscar, e ser tão sucedida nisso. Agradecer por todos os bons momentos. Agradecer por você.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Não o/

Depois de muito pensar e me ferrar cheguei a uma brilhante conclusão: Não compre carro amanhã! Não seja uma pessoa legal! Não releve erros de ninguém, não defenda ninguém. Em geral, não faça nada pelo próximo. Ninguém vai reconhecer isso e você só estará disperdiçando suas energias, que poderiam ser gastas em seu prol. O que me leva ao próximo passo:


Seja egocêntrico. De novo: não se preocupe com os outros, se preocupe com vc. Porque os outros, não vão se preocupar com você meu bem, e alguém tem que fazê-lo. ;D

Não defenda ninguém, principalmente se não pretender jogar isso na cara da pessoa, porque quando você mais precisar de alguém pra te apoiar, este alguém vai estar do seu lado... te acusando. \o/

Não adicione rugas de preocupação ao seu rosto pelo próximo, porque quando as suas chegarem, esta pessoa não vai se lembrar de dividí-las contigo.

Em suma, seja um grandecíssimo filho da puta. Aí as pessoas vão gostar de você. Fikdik ;D

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Hoje eu assisti a um daqueles vídeozinhos que mostram o aquecimento global e as geleiras derretendo. A situação é desesperadora, é claro, mas tudo o que eu conseguia pensar era como aquilo se assemelhava a minha vida no momento. Estou no meio de um geleira, sem saber que caminho seguir, perdida, sozinha. E com o medo de escolher um caminho em que tudo ja estivesse derretido. Medo de me perder. Medo de congelar. Medo de enfrentar tudo aquilo sozinha. O branco intenso, a falta de cores, de alegria, o desespero. Tudo assemelhava-se ao meu estado de espírito. O vídeo continuou e me vi com medo de, da mesma maneira que o urso polar, morrer afogada antes de achar algo em que pudesse me apoiar.
Os autos e baixos da minha vida tem se tornado, ambos, mais baixos, e as vezes, como agora, eu gostaria de fugir. Fugir de todos, fugir daqui. Fugir dos problemas, de tudo aquilo que me impede de sorrir. Fazer o branco do gelo que preenche a minha vida entrar na minha mente, trazendo com si a calma; e o turbilhão de cores que lotam meu pensamento preencher os espaços em branco dos meus momentos, trazendo com si alegria. Queria trocar o gelo pelo calor do afeto dos que me circundam. Queria trocar o frio pelo conforto, o aconchego. Queria me sentir segura.

domingo, 7 de março de 2010

Por que é tão difícil ser feliz?


 

Por que é tão difícil ser feliz? Por que é tão difícil nos olharmos no espelho e simplesmente sorrir com o que vemos? Por que nunca nos achamos inteligentes o suficiente, pacientes o suficiente, bondosos o suficiente...? Como é que nada, nunca, pode ser o suficiente?

Eu sei que essa insatisfação crônica é o que nos faz sempre seguir em frente, crescer, desejar alcançar algo maior e melhor. Mas eu queria poder me sentir bem e descansar serena quando alcançasse algo. Poder olhar pra trás e apreciar minha realização sem que uma mão invisível me virasse para frente, mostrando-me tudo o que eu ainda poderia – e deveria – conquistar. Queria sentir a plenitude correr por minhas veias mesmo que por alguns ínfimos minutos. Para que no instante seguinte, eu voltasse à luta disposta a conseguir tudo aquilo que um dia desejei. Teria assim disposição para encarar cada obstáculo que a vida me impõe como um verdadeiro inimigo armado, não descansando até ver cada um deles no chão. Atravessaria o campo de batalha imponente após ter vencido o exército da vez, se simplesmente pudesse descansar depois. Se pudesse apreciar minha conquista, e por alguns segundos não precisasse pensar em mais nada. Como um relojoeiro que após um longo dia de trabalho observa, com um sorriso orgulhoso no rosto cansado, a beleza de todas as engrenagens girando nos devidos tempos e lugares, sem se preocupar com quantos outros relógios precisará fazer no dia seguinte. O relógio, porém, não tem sido meu amigo - amigo de todos nós - ultimamente. Quem dera as oportunidades não passassem tão rápido por nossas vidas. Quem dera não tivéssemos que correr para alcançá-las, e continuar correndo para acompanhá-las.

Pode não parecer, mas isso tudo já me motivou – e ainda motiva – a correr atrás, a seguir em frente... Mas os picos me fazem refletir, e às vezes é difícil conseguir ânimo suficiente pra continuar correndo. A multidão, porém, não nos permite parar, e às vezes nos pegamos apenas seguindo o fluxo. Gostaria, então, de ter forças pra dar um passo para o lado e ver de fora para onde todos nós estamos indo. Temo, porém, não conseguir voltar para o meio da multidão caso o destino seja de meu agrado. Continuo correndo então. Correndo mesmo cansada. Às vezes oscilando o ritmo, mas sem nunca parar. E com a esperança de que um dia possa chegar ao meu destino – e lá ter a certeza de que toda a trajetória valeu à pena.